terça-feira, 5 de setembro de 2006

sorri, e aí ela te sorri de volta

Comer muito é uma das piores coisas da vida, só tráz prejuízos. a curto e longo prazo. a curto prazo, dor de barriga, sono e preguiça de ir pro violão, muuitaa preguiça; a longo prazo, ter que esconder os botões da calça aberta em lugares públicos e encontrar pouco, ou nenhuma, comida no jantar, impossibilitando uma outra farta refeição. afinal,convenhamos... comer muito é uma das melhores coisas da vida.
pois então, comi muito no almoço. e deitei no sofá, e a calça já não fechava mais e, meus olhos, não abriam. dormi, pra variar. ah, o que é que tem, sair atrasada uma vez ou outra, duas vezes na semana, terças e quintas pras aulas de violão...
O sol de belém sim, é uma das piores coisas da vida. e, pior que isso, são os ônibus. cada ônibus velho aliado a um motorista e a um cobrador carrancudo e barrigudo e mal-humorado e essas coisas mais, formam várias daquelas que seriam "a pior coisa da vida". juntando tudo, temos as piores coisas da vida: o sol de quatro horas da tarde (e essa inversão térmica, argh!) e todos os ônibus belém-belém.
Na verdade eu nunca tinha visto alguém sorrir espontaneamente e durante tanto tempo. sabe, eu me vi nela. me vi, quando sento na janela do ônibus e ignoro todas essas frivolidades irritantes pra ver beleza nelas. aí, começo a sorrir. por dentro, até não caber mais em mim e se expandir pra minha boca.
Ela sorriu a viagem inteira. Sentou de frente pra paisagem, encostou o ombro esquerdo na parede do ônibus e riu de todas aquelas situações cotidianas que ninguém mais enxerga, porque já perderam o sabor de acontecer. mas não de serem analisadas minunciosamente.
Ela era... eu! não, bobinhos, claro que não. ela era ela, de carne e osso, muito mais carne que osso, portanto, eu não seria. de tanto me ver nela e observar suas (re)ações, me deu vontade de sorrir.
Sorrir é bom. contagia, embeleza, incentiva. taí, uma das melhores coisas da vida, que a gente esquece, desaprende e aprende de novo, na iminência de cada (re)descobrimento dessas coisinhas, simples, sabe, como aquele creme de abacate esquecido no congelador.

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