domingo, 28 de maio de 2006

sabe aquele programa novo so sbt? o tal de "Ídolos"? mas rapá... vocês precisam ver. mas cada coisa que tem nesse Brasil!

Uma menina gordinha, com aparelho nos dentes certamente rosa, um colan rosa bebê, uma saia rosa-choque, meias três quartos rosadas, anéis e pulseiras rosas com pompons, cabelos amarrados com maria-chiquinha, com as mechas presas juntamente com cabelos, loiros, roubados de boneca. Assim era Tidinha, a garota que queria ser ídolo no Brasil. Seu maior sonho era ter um programa infantil. Sua voz, não se sabe ao certo se natural ou fingida, uma mistura de Xuxa e Kelly Key aos três anos de idade.

- Número 51561!

Era ela... Era sua vez. Tidinha ia cantar para quatro jurados, em rede nacional e ser aprovada ou não para a próxima fase. Ai meu Deus, será?

- O quê tu vai cantá, florzinha?

- Ilari, ilari, ilari-ê, ô, ô, ô! Ilari, ilari, ilari-ê, ô, ô, ô! Ilari, ilari, ilari-ê, ô, ô, ô! É a turma da Xuxa, sei lá o quê num sei o quê mais, amor!

Os quatro jurados permaneceram calados, com os olhares fixos na pseudo-Xuxa e os braços cruzados.

- Posso cantá otra? Vô cantá? Posso...? Er... Vem aqui! Que agora eu tô mandando, vem meu cachorrinho, a sua dona tá chamando!

(...)

- Posso can...

- Tu sabe aquela... Lua de Cristal? - pergunta a jurada animada.

- Tudo que eu quiser, o cara lá de cima vai me dar, me dar toda coragem que puder...

- Tá bom, tá bom, já chega. - interrompe a animadinha do grupo. - Olha, tu é tão bizarra, mas tão bizarra...

- BRIGADA! - interrompe a garotinha emocionada - Brigada, brigada, muito...

- MAS TÃO BIZARRA, que eu vô te dá um sim. - re-interrompe a fã da Xuxa.

- Tu é bizarra, mas tu vai levá um não. - diz outro jurado.

- O meu também é não.

- NÃO!

Tidinha, vai embora. Coitadinha.

E tem também a história da garota que cantava no banheiro. Aquela de blusa costa nua, short no meio da bunda e meia rastafári. Mas deixa pra lá. Já basta.

A princípio, isso tudo é engraçado. Engraçadíssimo. Hilário. Deve dá uma audiência safada nos domingos à tarde. Mas é engraçado pra nós. Na verdade isso é humilhante. O pior tipo de postura que se pode mostrar em um canal aberto. Afinal, a maioria massacrante, querendo ou não, é influenciada por certos comportamentos mostrados na tevê.

- Bom dia, chefe.

- Bom dia Armindo. Vá ao meu escritório daqui a cinco minutos, precisamos discutir sobre a contabilidade e...

- Nossa, que gravata ridícula! Eu nunca lhe disse isso? É a pior gravata que o senhor tem, pior do que todas aquelas horrorosas lá!

- Mas... Foi a minha mãe que me deu!

- Pois então mande ela comprar uns óculos, porque, rosa-choque com bolinhas amarelas... Sinceramente!

- Er... Ora! Que impertinente! Você está despedido!

- Eu? Mas... Eu só quis ser sincero como um bom amigo deve ser! Olhe, se o senhor quiser, eu lhe dou umas gravatas minhas, velhinhas, mas bonitas, sofistica...

- Cale-se! Daqui a cinco minutos na minha sala para acertarmos os papéis da demissão!

Não parece ser um bom negócio.
Acho que o que faltam são palavras. É tão bom fazer uma crítica construtiva. Só que precisamos saber fazê-la.

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